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Novembro é resistência, é consciência.

01/12/2014

Consciência:  é o termo que significa conhecimento, percepção, honestidade. [...] A consciência também está relacionada com o sentido de moralidade e de dever, pois é a noção das próprias ações ou sentimentos internos no momento em que essas ações são executadas. A consciência pode ser relativa a uma experiência, problemas, experiências ou situações.”[1]

                Mês da consciência negra: deveria de ser um momento contínuo de reflexão, b de ter noção de nossas experiências, mas acima disso de tentar se colocar no lugar dos outros. É muito fácil o discurso: “ah, deveria de existir o mês da consciência branca/ou de outras etnias.”; “devemos prezar pela consciência humana”.  Infelizmente ainda não abolimos preconceitos com o diferente, muitas vezes proferimos discursos de ódio sem algum conhecimento aprofundado, supomos ou dizemos ideais de senso comum.  Por isso, é preciso combater e conversar sobre a discriminação racial, social e sexual.

                Frente a esta realidade brasileira realizou-se no dia dezenove de novembro na Escola de Ensino Fundamental Justiniano Rocha/Coqueiros do Sul-RS uma manhã diferenciada: convidamos o capoeirista Valdir Leonardo Rodrigues- popularmente conhecido como “Jamaica”- para realizar uma oficina com os alunos, professores e funcionários sobre a história, cultura, dança, corporeidade, heranças africanas. Esta prática e demais se relacionam à cultura africana e aos descendentes africanos e estão em vigor através da lei 11.645/08.

                Com um sorriso o tempo inteiro e de coração aberto o Jamaica veio à nossa escola. Dançamos, cantamos cantigas, aprendemos alguns passinhos da capoeira e acima de tudo reforçamos e aprendemos valores importantes da cultura africana. O oficineiro e capoeirista complementou assuntos trabalhados nas disciplinas de Ensino Religioso, Geografia e História nas aulas das professoras Elisiane Krümmel e Paola Rezende Schettert.

                Colocar-se no lugar do outro de maneira dialógica e valorizando o diferente do meu eu- esta foi a lição do dia. Conhecer uma cultura e práticas, que são e foram excluídas da sociedade por ignorância e preconceitos, foi um momento único e feliz. Neste dia todos nós da escola podemos compartilhar mais sorrisos, valores, ideias e conhecimentos.

                Ouvir dos alunos: “Professora quando o Jamaica vem de novo?”, “gostei de dançar capoeira”, “foi muito legal professora”, “nunca pensei em como é ser o outro” é muito significante e visível que todos os esforços valeram a pena. Ainda percebo os frutos nas redações que os alunos elaboraram para História e Geografia, que esses refletiram sobre a sociedade preconceituosa e machista em que vivemos e muitos refletiram suas práticas. Não só os alunos: nós professoras refletimos nossas práticas após a oficina.

                Este momento contribuiu tanto em conhecimentos históricos, geográficos e religiosos quanto em valores, aceitação de si e convivência. Reforçando a cultura de paz que buscamos vivenciar na escola; demonstrando que a escola se faz além de um currículo ‘formatado’ ou de salas de concreto e fileiras. O diálogo, a alteridade e o conhecimento de si estavam presentes em todo este momento. A equipe da E.M.E.F Justiniano Rocha vivenciou em conjunto com a participação e carinho de todos e pretende manter viva a empolgação e ensinamentos do Jamaica.

Paola Rezende Schettert- licenciada em História, professora de História e Geografia na da E.M.E.F Justiniano Rocha.



[1] Termo retirado de: http://www.significados.com.br/consciencia/, no dia 26 de nov. de 2014.